segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Passo a passo

1. Com um lápis, dividir as faces vestibular e lingual em terços cervical, vestibular/lingual e oclusal. Traçar com lápis um linha da ponta de cúspide de cada elemento até a cervical.




2. Desgastar a face oclusal com a peça de mão e fresa. Como saber o quanto deve ser desgastado? É importante manter o pino guia incisal em contato com a mesa guia anterior. Deve-se observar o espaço existente entre os modelos, que deve ser de 2mm, o ideal para o levantamento correto dos cones e uma escultura adequada, a fim de que não haja a possibilidade de perfurações dos elementos fundidos durante os ajustes oclusais. Após o desgaste trazer a linha vertical demarcada na vestibular e na lingual para dentro da superfície desgastada marcando um ponto a 2mm da borda, este ponto será o local onde os cones serão levantados.

3. Concluído o passo 2 e antes de iniciar o levantamento dos cones é necessário aplicar uma fina camada de cera pegajosa sobre toda a superfície que foi desgastada para evitar que se soltem.



4. O levantamento dos cones é feito com instrumento PKT 1 ou 2 (gotejador), procurando apoio nos dentes próximos. O gotejador é aquecido na chama da lamparina e colocado em contato a cera tornando-a líquida e em seguida gotejada no ponto demarcado e direcionado ao seu contato oclusal.

5. São feitos movimentos de lateralidade e protrusão para verificar a presença de contatos prematuros e interferências.

6. Ao final do levantamento dos cones das cúspides funcionais dos dentes inferiores, os quais devem ser direcionados para as suas respectivas fossas antagonistas.
Qual a importância desse direcionamento?
Dessa forma os vértices das vertentes triturantes repousando sobre os sulcos, sem tocá-los evita abrasão.

7. Passo seguinte é o levantamento dos cones correspondentes as cúspides linguais inferiores. As cúspides vestibulares inferiores são mais altas do que as linguais nos premolares e esta diferença vai diminuindo à medida que se dirige aos molares. Porém os linguais dos molares são mais curtos do que os vestibulares, caracterizando a
curva de Wilson.


8. Perímetro oclusal consiste na colocação das arestas longitudinais. É iniciada pela ponta do cone em direção as proximais, reconstituindo as cristas marginais e o contato proximal. Avalia-se o conjunto cone-aresta em látero-protrusão.

9. Confecção da aresta transversal deposita-se cera nas pontas de cúspide ao sulco principal. Nos dentes que apresentam ponte de esmalte as arestas se ligam e são mais elevadas.

10. A confecção das vertentes lisas das cúspides é feita depositando cera na vestibular do cone. As vertentes lisas linguais são sempre menores que as vestibulares.
11. Confecção da vertente triturante deposita-se cera na face oclusal do cone. As bases dessas vertentes se encontram, deixando delimitado o sulco principal mésio-distal.

12. Faz-se o preenchimento dos espaços oclusais com adição de cera e acabamento das fossas. Sempre verificando se há excessos, se houver, deve ser removido com PKT 4. Ao término desta etapa consegue-se uma superfície oclusal com cúspides e fossas harmoniosamente relacionadas de acordo com a dinâmica do sistema mastigatório.

13. Verificar as características finais do enceramento:
a) As pontas de cúspide são os pontos mais altos;
b) As pontas de cúspide funcionais são projetadas para o seu contato com dente antagonista;
c) As cúspides linguais são menores que as vestibulares;
d) Todas as estruturas posteriores devem desocluir nos movimentos excursivos da mandíbula.
e) Os contatos cêntricos devem estar sempre em ambos os lados do arco dentário.

Enceramento progressivo


(2.bp.blogspot.com/.../s320/Sin+título-1.jpg)

O enceramento progressivo constitui um indispensável exercício para a reconstrução da morfologia dental, pela remoção ou acréscimo gradativo de cera.
Há duas técnicas de enceramento. A primeira técnica com adição de cera foi desenvolvida por E. V. Payne, neste método são utilizadas ceras de diferentes cores para cada ponto característico. Esta técnica é normalmente associada ao esquema de oclusão cúspide-crista marginal. Devido a maioria das dentições naturais terem este tipo de oclusão, é comumente usado para restaurações unitárias.
A outra técnica foi desenvolvida por P. K. Thomas. Nesta técnica todos os cones das cúspides são posicionados, começando pelas cúspides funcionais. As cristas marginais são confeccionadas posteriormente. Este método é geralmente associado com a relação cúspide-fossa. Por ser raramente encontrado nas dentições naturais deve ser usada somente quando são restaurados dentes contíguos e os dentes opostos a eles.
Instrumental necessário


· Lápis
· Modelos montados em articulador
· Lecron e Hollenback
· Instrumental PKT
· Lamparina, álcool e fósforo
· Ceras coloridas
· Cera pegajosa
· Talco e pincel
· Escova macia
· Peça reta
· Fresa e PM
· Tiras de carbono

domingo, 27 de setembro de 2009

Referências bibliográficas


  • São Paulo: Sarvier, 2004. MADEIRA, M. C. Anatomia do Dente. 3ª. ed.

  • Universidade Federal de Uberlândia: 2006. Fernanades, J. N.; Silva, M. R. Enceramento progressivo.

  • Guia de enceramento oclusal; 2 edição. Shillingburg, H. T.; Wilson, E. D.; Morrison, J. K.

domingo, 13 de setembro de 2009

Descrição anatômica da dentição permanente

· Incisivo central superior




Face vestibular – as bordas mesial e distal convergem para cervical. A borda mesial é mais retilínea e continua em linha com a superfície mesial da raiz, e a borda distal é mais convexa.
O ângulo mésio-incisal é mais agudo do que o disto-incisal, que é mais arredondado.
Face lingual – é mais estreita. Apresenta no terço cervical o cíngulo1.
Faces de contato – as faces vestibular e lingual convergem para incisal e possuem inclinação lingual.
Raiz – tem forma cônica.






· Incisivo central inferior



Face vestibular – contorno trapezoidal muito alongada, quase quadrangular. Os ângulos mésio-incisal e disto-incisal são retos.
Face lingual – o cíngulo é mais estreito.
Faces de contato – as faces mesial e distal são triangulares.
Raiz – reta e sulcada longitudinalmente em ambos os lados.



· Incisivo lateral superior




Face vestibular – contorno trapezoidal alongado, tem maior convexidade no sentido mésio-distal.
Face lingual – cíngulo estreito, cristas marginais mais salientes; forame cego frequentemente presente.
Faces de contato – semelhante ao superior, porém a menor dimensão do vestíbulo-lingual ao nível do terço cervical faz com que a linha cervical seja de curva mais fechada.
Raiz – achatada no sentido mésio-distal.

· Incisivo lateral inferior


Face vestibular – trapezoidal.
Face lingual – mesmo aspecto da vista vestibular.
Faces de contato – projeção lingual do ângulo disto-incisal.
Raiz – mais longa do que o central, desviada para distal e apresenta sulcos profundos.



· Canino superior


Face vestibular –diâmetro mésio-distal acentuado e diâmetro cérvico-incisal moderado.
Face lingual – tem a mesma silhueta da vestibular, porém é mais estreita.
Faces de contato – grande inclinação, convergência em direção ao colo.
Raiz – cônica, reta e longa.



· Canino inferior


Face vestibular –diâmetro mésio-distal moderada e diâmetro cérvico-incisal acentuada.
Face lingual – não possui cíngulo e cristas marginais4 bem marcados. Sua forma acompanha a dos incisivos inferiores.
Faces de contato – a vestibular é menos convexa que a do superior.
Raiz – achatada mésio-distalmente, com sulcos longitudinais evidentes.

· Primeiro premolar superior


Face vestibular – semelhante à do canino superior.
Face oclusal – possui contorno pentagonal. Apresenta sulco principal bem marcado e longo, deslocado para lingual. A cúspide2 vestibular é mais volumosa e alta que a lingual.
Face lingual – tem o mesmo contorno da vestibular, porém mais lisa, convexa e menor.
Faces de contato – convergem para lingual.
Raiz – geralmente 2 raízes bem desenvolvidas e separadas.



· Primeiro premolar inferior


Face vestibular – semelhante à do canino, porém mais baixa.
Face oclusal – possui contorno ovóide ou circular e inclinada para lingual. Apresenta sulco principal curvilíneo mais próximo da face lingual, sendo quase sempre interrompido pela ponte de esmalte3 que forma as fossetas6 mesial e distal. A cúspide lingual é pequena e centralizada. O ápice da cúspide vestibular coincide com o eixo longitudinal do dente. A crista marginal3 mesial está em nível mais baixo que a distal.
Face lingual – tem o mesmo contorno da vestibular, porém mais lisa, convexa e menor.
Faces de contato – convergem para lingual.
Raiz – geralmente uma raiz, achatada mésio distalmante e grande ocorrência de sulco mesial na raiz.

· Segundo premolar superior



Face vestibular – aspecto ovóide.
Face lingual – aspecto ovóide.
Face oclusal – possui contorno ovóide. Apresenta sulco principal5 curto, localiza-se centralmente. As cúspides vestibular e lingual são quase do mesmo volume e altura. O ápice da cúspide vestibular é deslocado ligeiramente para a mesial.
Raiz – geralmente uma raiz.
Face vestibular – aspecto ovóide.

· Segundo premolar inferior


Face vestibular – as bordas mesial e distal são menos convergentes para o colo.
Face oclusal – apresenta contorno circular. Dente tricuspidado ( 2 cúspides linguais e 1 vestibular), sendo a cúspide lingual grande e dividida em duas. O sulco principal mais próximo d o centro da face oclusal. A crista marginal mesial é mais alta do que a distal. O ápice da cúspide vestibular é deslocado vestibularmente me relação ao longo eixo do dente.
Face lingual – a cúspide lingual é central ou um pouco deslocada para mesial
Raiz – cônica.


· Primeiro molar superior



Face vestibular – contorno trapezoidal de grande base oclusal.
Face oclusal – tende ao quedrilátero. Apresenta ponte de esmalte unindo as cúspides mésio-lingual a disto-vestibular. O sulco ocluso-lingual é longo e profundo. A cúspide mésio-lingual é a maior de todas seguida em tamanho pela: mésio-vestibular, disto-vestibular, disto-lingual.
Faces de contato – são retangulares e convergem para a vestibular.
Face lingual – sua silhueta é igual a da vestibular, porém maior.
Raízes – apresenta 3 raízes bem desenvolvidas e separadas.

· Primeiro molar inferior


Face vestibular – contorno trapezoidal de grande base oclusal.
Face oclusal – apresenta contorno retangular, 3 cúspides vestibulares e 2 linguais, sendo que as cúspides mesiais são as maiores. Possui sulcos primários com disposição variável.
Faces de contato – a face mesial é maior que a distal. Inclinação lingual da face vestibular.
Face lingual – sua silhueta é semelhante a da vestibular, porém menor, pois as faces mesial e distal convergem para a lingual.
Raízes – apresenta 2 raízes bem desenvolvidas, separadas e se curvam levemente para a distal.

· Segundo molar superior


Face vestibular – maior do que a face lingual.
Face oclusal – apresenta contorno rombóide; triangular em tricuspidados. A ponte de esmalte é interrompida por sulco, menos proeminente ou inexistente. O sulco ocluso lingual é curto e pouco profundo. As cúspides mesiais são muito maiores que as distais.
Faces de contato – convergem para lingual.
Face lingual – é menor que a vestibular.
Raízes – geralmente 3 raízes, mais curtas e menos divergentes que o primeiro molar inferior.





· Segundo molar inferior



Face vestibular – maior do que a face lingual.
Face oclusal – contorno retangular. Apresenta sulcos primários em menor quantidade e com disposição cruciforme.
Faces de contato – convergem para o colo.
Face lingual – menor e com sulco ocluso-lingual pouco evidente.
Raízes –mais curtas e menos divergentes e com certa tendência a coalescência.

Detalhes anatômicos da coroa dental

Legenda:

pc: ponta de cúspide
cm: crista marginal
al: aresta longitudinal
at: aresta transversal
vlm: vertente lisa mesial
vld: vertente lisa distal
vtm: vertente triturante mesial
vtd: vertente triturante distal
sp: sulco principal


1Cíngulo – saliência arredondada presente no terço cervical da face lingual de incisivos e caninos.
2Cúspide – saliência em forma de pirâmide quadrangular, presente em molares e premolares. De suas vertentes, duas estão na face livre as quais são denominadas vertentes lisas e duas na face oclusal, as vertentes triturantes. As vertentes lisas estão separadas da vertente triturante pela aresta longitudinal. As vertentes lisas e triturantes mesiais separadas das homônimas distais na mesma cúspide pelas arestas transversais. As vertentes e arestas encontram-se no vértice da cúpide.
3Ponte de esmalte – eminência linear que une cúspides, interrompendo o sulco principal. Exemplos: primeiro premolar inferior e primeiro molar superior.
4Crista marginal – eminência linear localizada nas bordas mesial e distal da face lingual de incisivos e caninos e nas faces mesial e distal da face oclusal de molares e premolares. Impede que partículas de alimentos que devem ser triturados saiam da zona mastigatória, além de proteger a área de contato evitando a impacção alimentar.
Tubérculo – saliência menor que uma cúspide, sem forma definida.
Bossa – elevação arredondada situada no terço cervical da face vestibular , entre os terços cervical e médio da face lingual de premolares e molares ou na face de contato de alguns dentes.
5Sulco principal – depressão linear aguda, estreita, que separa as cúspides umas das outras.
Sulco secundário – pequeno e pouco profundo, distribui-se irregularmente e em número variável nas faces oclusais, principalmente sobre cúspides e na delimitação das cristas marginais.
6Fosseta – depressão encontrada na terminação do sulco principal ou no cruzamento de dois deles
Fossa – escavação ampla e pouco profunda da face lingual de dentes
anteriores.